domingo, 3 de fevereiro de 2008

Chico Buarque e o Fluminense

- Em 69, Chico escreveu o artigo "Um tricolor em Roma".

“(...) é muito fácil ser rubro-negro. Fácil de mais. É como ser a favor do sol no meio do deserto, ou comemorar o Dia da Árvore no coração da Amazônia. Aliás, nunca existiu um flamenguista. Flamengar é verbo imperfeito que só se conjuga no plural. Por exemplo: E advogo, tu bates o ponto, ele mata mosquito; nós flamengamos, vós flamengais, eles flamengam. Mas torcer pelo Fluminense, modéstia à parte, requer outros talentos. Precisa saber dançar sem batucada. O tricolor chora e ri sem ninguém por perto. Ele merece um campeonato, ele merece”.

Na íntegra:

http://chicobuarque.uol.com.br/texto/menu_artigos.htm


- Trecho da música “Bom tempo”.

“Satisfeito
Alegria batendo no peito
Radinho contando direito
A vitória do meu tricolor”

Ps: Tem uma gravação dessa música com a Elis Regina, em que antes de cantar esse trecho ela diz “Jovem Flu”, referindo – se a torcida organizada daquela época, a qual o próprio Chico fazia parte.


- Quando nasceu uma das filhas do Chico Burque, o sambista rubro-negro Ciro Monteiro mandou de presente uma camisa do Flamengo. Teve como resposta a maravilhosa música “Ilmo Sr. Ciro Monteiro ou Receita Pra Virar Casaca de Neném”.

"Amigo Ciro
Muito te admiro
O meu chapéu te tiro
Muito humildemente
Minha petiz
Agradece a camisa
Que lhe deste à guisa
De gentil presente
Mas caro nego
Um pano rubro-negro
É presente de grego
Não de um bom irmão
Nós separados
Nas arquibancadas
Temos sido tão chegados
Na desolação

Amigo velho
Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor
Pintei de branco o teu preto
Ficando completo
O jogo da cor
Virei-lhe o listrado do peito
E nasceu desse jeito
Uma outra tricolor"


- Nota da coluna do Ancelmo Gois em 19/04/2005

Chico é campeão

Chico Buarque, tricolor doente, estava aflito em Nova York, domingo, porque não tinha como assistir à decisão entre Fluminense e Volta Redonda.
Acredite. Nosso herói ligou para a TV Globo, implorou por uma saída e, ufa!, foi autorizado a ver o jogo no escritório da emissora no centro vazio, vazio de Manhatan. Saiu de lá todo feliz.

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