sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O telefonema...

"Tenho essa lembrança de quando era moleque... Minha avó, sempre que podia, ligava para meu primo, para saber dele, como ele estava, ou em alguma ocasião especial como por exemplo aniversario, ligava para dar os parabens. Devido a profissão dele, que estava sempre viajando, e quando não estava viajando pelo trabalho, viajava para Ponte do Itabapoana para estar com sua mãe em sua terra natal, então falar com ele pelo telefone realmente era a melhor forma de estar em contato.

E sempre que minha avó ligava para ele, eu, na época garoto, queria sempre estar perto, para falar, ou até mesmo apenas ouvir a conversa. Ficava ouvindo atento, e torcendo para que minha avó me chamasse pra falar no telefone com ele, e quando ela não chamava, eu ficava falando "Vó, deixa eu falar com ele". E mesmo quando não falava, ficava feliz da vida quando, simplesmente, minha avó falava ao telefone "o Felipe está te mandando um abraço". E ficava ainda mais orgulhoso e feliz quando falava ao telefone com ele. Me lembro claramente destes momentos. Chega a ser engraçado isto, eu o idolatrava como se não fosse meu primo, mas um famoso que eu nunca tivesse visto. Quando, na verdade, eu poderia simplesmente pegar o telefone e ligar a qualquer momento para falar com ele.

Esse primo se chama Ézio, ou como muitos o conhecem, "Super Ézio". Acho que já dá para vocês entenderem a minha agitação de quando era garoto. Eu não estava simplesmente falando no telefone com meu primo, mas eu estava falando com o ídolo tricolor da minha geração. Todas as vezes eu pensava "caraca, não acredito que eu falei com ele". E a partir de hoje, dia 09/11/2011, estes telefonemas só poderão acontecer novamente através da minha imaginação ao relembrar estes momentos, pois Ezinho veio a falecer, vencido por um câncer.

Fica aqui a minha homenagem a este primo, amigo e ídolo. Muito obrigado por me fazer gostar de futebol, por me fazer torcer para o Fluminense, e mais ainda, muito obrigado pelos telefonemas trocados com a minha avó, que me trazem lembranças que jamais esquecerei."

(Felipe Ramos)