terça-feira, 21 de julho de 2015

FLUMINENSE 113

  • " Um abraço? Um beijo? Um bom dia? Ou uma festa só com os convidados mais queridos?

    Uma declaração de amor? Uma lágrima caindo suave no canto do rosto?

    Os olhos fechados em gratidão por cada momento? O arrepio das lembranças mais caras?

    E a dor da perda, a face fechada em tristeza, seguida do suspiro de quem não tem outra alternativa que não seja erguer a cabeça e continuar no caminho?

    Os cantos de devoção. As cores entrelaçadas. As arquibancadas sob o sol.

    O Maracanã se abrindo com a visão das bandeiras. A lembrança do primeiro jogo, do primeiro gol. A cara suja de talco.
  • O cair da ficha de que depois daquele dia nunca nada mais foi igual.
  • O som da bola lambendo a grama junto à grade que divide campo e torcida no velho estádio.
  • Os risos? A raiva? Os abraços? O nome de Deus tomado emprestado por tantas vezes e em tantas rezas?
  • O silêncio que precedeu a catarse. O improvável. A materialização da enormidade. O coração acelerando, acelerando...

    A cerveja descendo, a pressão subindo, a curva perfeita, a rede estufada.

    A lembrança do pai chegando cansado do trabalho, sendo surpreendido com a criança uniformizada, embrulhada na bandeira, implorando pelo estádio.
  • A certeza jamais comprovada pela ciência de que correm três cores nas veias.

    Os ídolos. A história. O passado em sépia que explica tudo em silêncio.

    O futuro? O sonho que não deixamos morrer? A primeira camisa tricolor para o filho? A primeira camisa tricolor para o neto? O que vem pela frente?

    Não.
  • Não se define o amor. Ao menos esse amor.
  • E tudo o que puder ser dito, feito, tentado, idealizado, transformado, não será capaz de defini-lo.
  • Desculpe, Fluminense, tudo o que posso fazer por agora é dizer muito obrigado.

    Muito obrigado por tudo.
  • Por tudo. Por tudo. Por tudo."


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