segunda-feira, 30 de junho de 2008

Fotos

Fotos do Fluminense de Livorno







O Fluminense pelo mundo 7

Os Fluminenses da Itália

Como prometido no primeiro post sobre o Fluminense pelo mundo, vou contar as histórias dos Fluminenses da Itália.

- O Flu de Livorno

Criado em 1999, o Fluminense de Livorno é um clube de cálcio 8, uma espécie de futebol com 8 jogadores em cada time. Os fundadores são italianos que tem em comum o fato de gostarem do Brasil e do Fluminense Football Club.
Por muito tempo o clube teve um site, que infelizmente está fora do ar. Acredito que muitos tiveram a oportunidade de ver. Na parte que contava a história do clube, tinha o seguinte trecho:

“Perché Fluminense? un nome tanto difficile da pronunciare (solo per il labbrone dell’Alascas), perché era il nome di una squadra brasiliana di calcio, brasiliana come la tecnica, l’estro e la fantasia (non solo sul campo ndr.) dei suoi giocatori primo fra tutti Sardegnoli, il giocatore con i capelli più estrosi del campionato. Il flu doveva essere prima di tutto una squadra tutta composta da atleti giovani, (senza la presenza delle cosiddette “chiocce”,che avrebbero potuto destabilizzare un’ ambiente improntato sulla linea verde) una squadra che avesse lo spirito combattivo e poi una squadra che potesse avere un futuro”.

O clube sempre disputa os campeonatos amadores da região. Recentemente, ganhou o Troféu Sandri-Chericoni, como pode ser visto no site http://www.circoloamatorilivornesi.it/albo_d Este ano ficaram em segundo lugar.

Vídeo de um jogo do time: http://br.youtube.com/watch?v=qbgTTLbz2GM

* Em breve, fotos do clube!


- O Flu de Occhiobello

A mais ou menos 300 km de Livorno existe um outro Fluminense. Em Occhiobello, na região italiana Veneto, o Gruppo Sportivo Fluminense é funciona como uma escola de futebol para meninos a partir dos 5 anos. Atualmente, o clube tem 140 jovens inscritos nas aulas de futebol.

Ao contrário do Flu de Livorno, a origem do nome é outra. O clube se chamava G.S.Occhiobellese, mas depois que mudaram uns diretores, resolveram trocar o nome. Escolheram Fluminense pelo significado da palavra (rio), já que Occhiobello fica perto do rio PO, o maior rio da Itália. Aliado a isso, o atual presidente tinha uma camisa tricolor do Flu. Aí decidiram que esse era o melhor nome.

O site também está fora do ar, eles disseram que estão sem tempo para colocar em funcionamento de novo. Entretanto, dá para acompanhar o clube por meio de sites da região, como esse: http://www.comune.occhiobello.ro.it/nqcontent.cfm?a_id=613&tt=occhiobello

domingo, 29 de junho de 2008

A Grande Noite do Ceguinho

"Amigos, na minha crônica de ontem, apresentei o único torcedor ceguinho do mundo. É Tricolor de não sei quantas encarnações. E não perde uma do Fluminense. Mete-se nas arquibancadas com a sua bengalinha branca. Torce, como ninguém, os 90 minutos. Discute impedimentos acusa pênaltis não marcados, é mais opinante do que ninguém. E quando aparece todos dizem "Olha o Ceguinho! Olha o Ceguinho!" E uma coisa eu digo: todos podem trair o Fluminense, menos o Ceguinho.

Pois bem. O meu artigo saiu ontem e vocês não imaginam: logo de manhã, choveram os telefonemas. Todos queriam saber "Como é? O Ceguinho não enxerga e vê?" Tive de explicar que há uma óptica do amor. Não existe nada mais límpido do que a visão do sentimento. Uma leitora insinuou a dúvida: "Não é triste um Ceguinho na torcida Tricolor?" Esclareci que não há ninguém mais alegre do que o Ceguinho do Fluminense.

A leitora fez espanto: "Alegre?" E eu, taxativo: "Alegre como o pardal da manhã" E esta, justamente a sensação que me dá o Ceguinho. Lembro-me de uma passagem de minha infância profunda. Certa manhã, ao acordar, olhei para a janela e lá estava, pulando no peitoril, um pardal. Era a alegia da vida em forma de passarinho.

Tanto falei da alegria do Ceguinho que, por fim, a leitora, se convenceu. Outro que, desde o primeiro momento, se interessou pelo comovente "pó-de-arroz" foi o Antônio Egídio, da publicidade do Jornal dos Sports. Quando cheguei na Redação ele veio me falar e com vibração. Repetia, de olho rútilo: "E o Ceguinho? E o Ceguinho?" Parecia-lhe que o Ceguinho era uma figura tão encantada quanto o Gravatinha.
Também o Antônio quis que eu contasse coisas sobre o Ceguinho.

Fiz-lhe a vontade. Disse ao Antônio que a alegria está ao alcance de qualquer um. O Ceguinho é feliz e por quê? Há príncipes, reis, rainhas, duques, potentados que ainda não descobriram a doçura da vida. Eis o que eu queria dizer: a felicidade do Ceguinho chama-se Fluminense. Com o Tricolor, sua vida passou a ter um sentido. Não sentiu mais nenhuma solidão. Foi como se, de repente, a sua treva se enchesse de estrelas.

Por isso, já disse e vivo repetindo que não há torcida como a do Fluminense. Temos tudo. Há Ministros na massa Tricolor; paus-de-arara; e grã-finas; e marias-cachuchas; e presidentes; e veterinários; e crioulões. Falei em "presidentes". Em 1919, quando decidimos com o Flamengo, lá estava, na Tribuna de Honra, Epitácio Pessoa, de fraque. Era Presidente e, ao lado de D. Guilhermina Guinle, viu o Tricolor golear o Rubro-Negro por 4 a 0. Se duvidarem, encontraremos um Mandarim, ou um esquimó, entre os que sonham com as nossas vitórias.

Mas faltava um Ceguinho. Por coincidência, sentei-me ao seu lado, no jogo Fluminense x Bonsucesso. E, quando o "pó-de-arroz" entrou em campo, o Ceguinho gritou: "Ademar está mais magro". Para a óptica generosa do seu amor, Ademar sempre estará mais magro. E quando acabou o jogo, o Ceguinho levantou-se. Vou repetir a imagem que usei acima. O Fluminense ganhara de 4 a 0. E a noite do Ceguinho encheu-se de estrelas".

(Nelson Rodrigues)

sábado, 28 de junho de 2008

Ser Fluminense

Menino, primeira vez pisando no Maraca
Eu vi o Escurinho dar o drible da vaca
E chegar veloz à linha de fundo,
Cruzando para o Valdo encantar o mundo.
E também a mim, jovem espectador,
que nascera, fanático torcedor,
Deste tradicional clube de três cores.
Que estará sempre entre os vencedores,
Desde os tempos de nossos ancestrais,
Das conquistas que vêm dos tempos de Batatais,
Pedro Amorim, Romeu, Tim, Russo e outros mais,
Das grandezas que contavam nossos pais;
Que desde Veludo, Pindaro, Orlando, Carlyle,
Com Didi nas Laranjeiras de dava baile!
Eu vi São Castilho com a sua leiteria
E a bola que bateu na trave e entraria
Eu vi Clovis, Edmilson, Robson, Jair Marinho,
Eu vi Altair dando um belo "carrinho".
Eu vi Pinheiro bater pênalti de bico,
Vi Evaldo, Joaquinzinho e até Pipico.
Eu vi Paulinho cobrar um escanteio,
P´ro Telê fazer um golaço de voleio.
Eu vi Maurinho pular mais alto que o goleiro,
E dar um golpe de testa, certeiro.
Eu vi Procópio, expulso, voltar a campo semi-nú,
Prá comemorar um gol com o Rei Zulu.
Eu vi Flávio fazer 3 no Palmeiras, no Morumbi,
E vi 4 no Santos, na Vila, com Manoel e Ubiraci.
Eu vi Samarone com toda sua ginga,
E o drible desconcertante do Cafuringa.
Eu vi aquele cruzamento do Oliveira,
Que encontrava o Mickey na banheira.
Eu vi Marco Antônio em linda jogada pessoal,
E vi Silveira isolar a bola na geral.
Eu vi nosso canhotinha Gerson, com a tricolor,
E muitos outros, que também jogaram com amor.
Eu vi a puxeta de calcanhar, tão bonita,
Do Carlos Alberto Torres, nosso "Capita".
Eu vi a máquina, dizia a gente: "É covardia!"
com "Rivelino, Paulo César & Cia.".
Máquina que vi dar um show em Paris,
Com a torcida de pé, pedindo bis.
Eu vi o Papel fazer uma defesa sensacional,
E o gol de malandragem do "gringo" Doval.
Eu vi Rivelino em genial jogada de xadrez,
desmoronar a defesa do "velho freguês".
Eu vi o gol olímpico de Paulo Cezar Cajú,
e os dois gols do Manfrini no Fla Flu.
Eu vi Rubens Gálaxie, Cléber e Pintinho,
A força de búfalo do Gil, a raça do Edinho.
Eu cantei "João de Deus" na arquibancada,
P´ra que ganhasse do Bangu, de virada,
Nosso time tricampeão, com tantos nomes:
Paulo Vitor, Aldo, Duílio, Ricardo Gomes.
Time desse quilate, ainda está por vir,
Seguro na defesa e no meio, com Jandir.
Time guerreiro, mas que jogava bonito,
A classe do Delei, a garra do Romerito.
Eu vi Washington e Assis, nosso casal 20,
Era um show, um assombro, um acinte:
Washington fez aquele golaço no Vasco,
E o Flamengo sucumbiu duas vezes ao Carrasco.
Ora Tato, ora Paulinho, atacando pelo flanco,
Com o sempre eficaz o apoio do Branco.
Eu vi inúmeros feitos do nosso tricolor,
Que da taça Olímpica é o detentor.
Eu vi a máquina, vi timinho, vi timaço,
vi gol de letra, gol chorado, vi golaço.
Eu vi gol de mão, Wilton que diga,
E vi gol de Renato com a barriga.
Irmãos tricolores: atenham-se aos fatos,
Somos nós os que temos mais campeonatos.
E também nós, o que temos mais vitórias,
Passado, presente e futuro de glórias.
Por séculos, milênios e vidas inteiras
Temos orgulho do clube das Laranjeiras.
E a alegria eterna de torcer
Pelo time que sempre vence,
E a dádiva divina de nascer,
viver e morrer Fluminense!

(Nelson Goyanna)

* Texto enviado pelos amigos Nane e Edson. Obrigada!