segunda-feira, 2 de abril de 2012

Torcedores símbolos

Peitão

Fuzileiro naval, campeão de boxe e torcedor símbolo do Flu.

"Era tal a sua dedicação ao Fluminense, que apenas um episódio é suficiente para defini-la:
Realizava-se uma competição de box no estádio das Laranjeiras, sob o patrocínio do Fluminense. Na prova final, deixou de comparecer um dos pugilistas. O povo certamente não aceitaria explicações e os organizadores do programa ficariam em situação embaraçosa, na hipótese de não se realizar o encontro mais importante. Quando os interessados discutiam o assunto surgiu o Peitão, já sabedor do que ocorrera. Aí, demonstrando o seu devotamento ao Fluminense, ofereceu para lutar, dizendo: “Eu vou apanhar muito, porque não treino há mais de um ano, mas assim o nosso clube não ficará mal”. Aceito o corajoso oferecimento, sugeriram a Peitão que combatesse apenas um round, a fim de não se arriscar numa luta perigosa, mas ele respondeu:
- Eu vou defender o Fluminense e o combaterei até o fim.
De fato, bateu-se com tenacidade admirável e só foi vencido por pontos." (Retirado do livro "História do Fluminense" de Paulo Coelho Netto)

Padre Romualdo

Torcedor bastante conhecido no clube nas décadas de 30 e 40. Ele era sócio do Tricolor e frequentava jogos e treinos.

“O padre Romualdo não perdia jogo do tricolor, carregando sempre a máquina com que enriqueceu o documentário fotográfico do Fluminense. Quando o clube perdia, ele, no dia seguinte, não absolvia ninguém. Numa Segunda-feira após contundente revés do Fluminense na véspera, um rapaz procurou-o para descarregar a alma aflita. Padre Romualdo recebeu-o meio azedo; ouvi-lhe todos os pecados – e eram muitos- e a revelação de que se esbodegara durante toda a noite. O caso era sério e o Padre Romualdo advertiu-o com rigor, impondo-lhe severa penitência. Aí, desolado, o rapaz explicou: “Padre, o senhor tem razão, reconheço que procedi muito mal, mas eu fico maluco quando o Fluminense perde”. Padre Romualdo arregalou os olhos, sorriu paternalmente e – suave, compreensivo, indulgente – emendou: “Bem, meu filho, a falta não foi tão grave assim. Você reconheceu o erro e arrependeu-se em tempo, revelando sentimentos nobres. Vá para casa e repasse dez vezes seguidas...o hino do Fluminense!” (Retirado do livro "História do Fluminense" de Paulo Coelho Netto)

4 comentários:

PC Filho disse...

Muito bons os dois trechos!

Obrigado por compartilhar, Natália!

ST,
PC

ALEXANDRE MAGNO disse...

Textos maravilhosos!

Leandro disse...

(risos) Ótimos textos! O do padre, então...

ST
Leandro

Natália tricolor disse...

Obrigada pelos comentários.

Recomendo a leitura do livro do Coelho Netto. O capítulo sobre os torcedores é ótimo e o livro inteiro é de muita qualidade.

Saudações tricolores!