"Castilho, Píndaro e Pinheiro... Os tricolores não se esquecem, mesmo os que não viveram aquela época. Com este trio de ferro defendendo sua cidadela, o Fluminense tinha o time mais temido do Brasil. Com eles, ganhamos o Campeonato Carioca de 1951 e o Mundial de 1952. Foram três verdadeiras lendas do futebol brasileiro. Três nomes gravados eternamente nas antologias do esporte. Três nomes que, até hoje, parecem formar um só.
Já após a saída de Píndaro, Castilho e Pinheiro continuaram levantando taças pelo Fluminense: foram campeões cariocas de 1959 e campeões do Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960. Em 1954, ambos foram titulares da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, e só saíram derrotados pela lendária Hungria de Puskas e Kocsis. Por uma injustiça do destino, Pinheiro não foi convocado para os Mundiais de 1958 e 1962, e assim deixou de conquistar o único título que faltou em seu currículo. Azar da Copa do Mundo.
Ontem, infelizmente, faleceu Pinheiro. E adianto que bandeiras hasteadas a meio pau e minutos de silêncio não serão homenagens suficientes. Amigos, o Fluminense perdeu ontem um mito, um símbolo de sua história, um ícone de suas glórias, uma glória em si. Pinheiro é o segundo atleta com mais atuações com a camisa tricolor (600 partidas), perdendo nesse quesito apenas para seu companheiro Castilho.
Na ocasião de seu aniversário de 79 anos, em janeiro último, escrevi as seguintes linhas:
"Amigos, imaginem um zagueiro com 600 atuações por seu clube. Imaginem um zagueiro que, durante doze anos, foi titular absoluto deste clube. Imaginem um zagueiro titular da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo. Imaginem um zagueiro que era um dos mais temidos cobradores de pênalti do país. Imaginem João Batista Carlos Pinheiro."
Foi a última chance que tive de homenagear o herói tricolor em vida. Na noite desta terça-feira, Pinheiro sucumbiu na cruel luta contra o câncer.
Presente em praticamente qualquer Seleção Histórica do Fluminense, Pinheiro é um dos grandes ídolos tricolores de todos os tempos. Após a longa carreira como jogador, voltou às Laranjeiras para treinar os juniores e os profissionais. Foi campeão da Taça Guanabara de 1971 e da Taça Teresa Herrera de 1977. Como treinador, dirigiu o Cruzeiro na década de 90, conquistando a Copa do Brasil de 1993 e lançando o fenômeno Ronaldo nos profissionais.
Pinheiro, herói tricolor, descanse em paz. Sempre que o Fluminense entrar em campo, você estará com a gente. Isto é a vocação da eternidade".
(Paulo Cezar Filho, em 31 de agosto de 2011)
http://jornalheiros.blogspot.com/2011/08/pinheiro-eterno.html
sábado, 3 de setembro de 2011
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