Depois de ter
realizado o sonho de fazer renascer as Olimpíadas, o Barão Pierre de Coubertin
desejava expandir o ideal olímpico pelo mundo. No início da década de 20,
surgiu a idéia de realizar um evento esportivo na América Latina. Na mesma
época, o Brasil almejava organizar competições esportivas em comemoração ao
centenário da Independência do país, que ocorreria em setembro de 1922.
Alguns dirigentes brasileiros tiveram a idéia de internacionalizar o evento. Pessoas ligadas ao Comitê Olímpico Internacional (COI) vieram ao Brasil para promover e tentar viabilizar a realização de uma competição continental. A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) pediu ao Fluminense para ser o responsável pela organização desportiva da programação. Inicialmente, o clube recusou, pois não dispunha de instalações para um evento desse porte e por não ter recursos para obras. Como o governo se comprometeu a pagar os gastos, o Fluminense aceitou. Ficou decidido que o estádio seria ampliado e um ginásio seria construído.
Alguns dirigentes brasileiros tiveram a idéia de internacionalizar o evento. Pessoas ligadas ao Comitê Olímpico Internacional (COI) vieram ao Brasil para promover e tentar viabilizar a realização de uma competição continental. A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) pediu ao Fluminense para ser o responsável pela organização desportiva da programação. Inicialmente, o clube recusou, pois não dispunha de instalações para um evento desse porte e por não ter recursos para obras. Como o governo se comprometeu a pagar os gastos, o Fluminense aceitou. Ficou decidido que o estádio seria ampliado e um ginásio seria construído.
Entretanto, uma crise
econômica e uma discordância entre o governo e a Comissão Executiva dos Jogos
fizeram com que o clube não recebesse o dinheiro necessário para as obras. Para
honrar os compromissos firmados pelo país, o Fluminense deu sequência às
construções. Foram construídos o ginásio, a pista de atletismo, o stand de
tiro, as quadras de tênis e a ampliação do estádio para 20 mil
espectadores. Em junho de 1922, o COI oficializou os Jogos e enviou o seu
vice-presidente, o conde belga Baillet Latour, para ser o embaixador da
entidade na competição.
Os “Jogos
Latino-Americanos”, como ficaram conhecidos, contaram com a participação de 500
atletas de ao menos cinco países (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai).
A cerimônia de abertura aconteceu no dia 13 de setembro de 1922, nas
Laranjeiras, e teve a presença do presidente brasileiro, de representantes de
diversos países e do COI. O mais importante dessa competição foi a grande
participação popular – cerca de 162.000 espectadores. O evento também serviu
para impulsionar o esporte na região. O Fluminense foi essencial para a
realização de tais Jogos, proporcionando apoio estrutural e logístico.
Nas palavras do conde Baillet Latour: “Quanto ao Fluminense Football Club,
podemos, verdadeiramente, dizer que prestou patriótico serviço, aceitando a
responsabilidade financeira e técnica dos jogos, em nome do governo e de várias
associações atléticas do país, e que firmou um novo e desinteressado marco no
campo do serviço público, como instituição atlética particular”. (“História do
Fluminense”, p.78)
Em 1946, um decreto-lei relevou a dívida do clube para com a União em consequência
da organização do evento. Os “Jogos Latino-Americanos” foram a primeira
competição regional com previsão de acontecer de tempos em tempos. Depois
disso, algumas coisas mudaram, ideias surgiram e os Jogos Pan-Americanos como
são conhecidos hoje estrearam em 1951, em Buenos Aires.
Foi
assim que o nosso Fluminense fez parte do princípio da maior competição do
continente. Só mais uma das inúmeras contribuições do Tricolor para o
desenvolvimento do esporte no Brasil.
Fontes:
- Cesar Torres em “Jogos Olímpicos
Latino-Americanos de 1922 – Rio de Janeiro”. (http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/158.pdf)
- Paulo Coelho Netto em “História do Fluminense”.